Há dois meses, fiz um workshop sobre técnicas para controlar os diferentes estágios de humor durante uma sessão fotográfica. Engana-se quem pensa que os fotógrafos possuem anticorpos pré-fabricados para sentimentos como a insegurança, tristeza, depressão e, principalmente, a euforia. A insegurança não atinge somente os principiantes. É um sentimento presente no nosso cotidiano, independente da quantidade de anos dedicados ao estudo fotográfico. Quem nunca revisou, por diversas vezes o próprio portfólio, e se sentiu inseguro ao divulgá-lo em redes sociais e afins? O grande pecado da fotografia é desmerecer o trabalho do outro. Infelizmente, falar mal é sempre mais prazeroso e divertido (sem generalizações, claro!). Não me arrisco em dizer que a autoconfiança inabalável é o erro mais comum dos principiantes no campo fotográfico. Aceitar um elogio massageia o nosso ego, mas uma crítica é capaz de destruir uma amizade, seja ela virtual ou não. Por que é tão difícil encarar a realidade e buscar embasamento em livros, cursos, workshops etc.? Sustentar o título de autodidata não elevará o nível do seu portfólio sem que haja uma estruturação e uma análise do que realmente somos dentro da fotografia.
“Eu
esqueço dos problemas quando começo a fotografar”. Essa frase é,
sem dúvida, uma das premissas de quase todos os amantes da arte
fotográfica. Mas é necessário observar quem nem sempre o nosso
corpo anda majestosamente alinhado à nossa cabeça. É possível
reverter esse quadro? Sim. Procure estudar detalhadamente o projeto
no qual irá fotografar, e não se intimide ao pedir ajuda. Não
trate a fotografia como uma obrigação. Trate-a com carinho,
respeito e muito amor. Costumo dizer que se apaixonar pela fotografia
não é uma tarefa complicada, mas como todo relacionamento é
fundamental discutir a relação e aprimorar detalhes em desalinho.
Por
outro lado, a euforia é letal para todos os níveis da fotografia.
Há pessoas mais preocupadas com a quantidade de “likes” que
esquecem do fator “diferencial”. Estas mesmas pessoas costumam
lotar (literalmente!) as redes sociais de imagens meramente ocas e se
orgulham pelo “sucesso” virtual. Aonde está a emoção? Minha
professora costuma dizer que o Avedon não tinha facebook, twitter,
pinterest e, sem sombra de dúvidas, era mais feliz que a gente. Não
fotografo para receber elogios, não quero ser uma celebridade
virtual e estou preocupado apenas com o meu desenvolvimento
fotográfico. Estou sozinho?
FONTE:
Caio Cal
(http://fotografeumaideia.com.br/site/index.php?option=com_content&task=view&id=2098&Itemid=138)
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